Grace
10/10
Falar de Jeff Buckley, é aprender tudo de novo que adquirimos ao longo dos anos… É como achar que ainda não ouvimos tudo e há sempre uma oportunidade para a descoberta.
Quando este Grace toca, logo nos apercebemos que não é um disco qualquer, que este é um estado de espírito líquido que se vai solidificando até nos gelar o coração.
Jeff Buckley nasceu na Califórnia em 1966 e partiu da mesma forma que o pai em 1997. Para quem não sabe o pai de Jeff era Tim Buckley que curiosamente também nos deixou uma das musicas mais bonitas e misteriosa de sempre, “Song to the Siren“.
E se por mero acaso ou coincidência forem espectadores da TV da “mediocridade”, se assim o posso dizer, “Song to the Siren“ passa no anuncio (e desculpe a publicidade) do perfume NOA, numa cover dos This mortal coil interpretada pela vocalista dos Cocteau twins. Mas voltando a Jeff, ao grande mestre do falsete, este álbum embala nos de uma forma quase completa e de súbitos espasmos, contudo é necessário referir que Sketches for My Sweetheart The Drunk (um outro álbum de 1998) não lhe fica atrás, só com mais uma dose melódica e um puro sentimentalismo egocêntrico. Gostar de Buckley não é fácil, e também quem disse que o leitor teria de gostar de tudo aquilo que lhe é dado a conhecer … Penso sempre que vale a pena tentar, pelo menos ouvir e só depois comentar…