August and everything after
9/10
Confesso que me arrepio por vezes se alguns dos títulos como “Round Here” ou “A murder of one” tocam na rádio sem contar… que gelo no volante, como se a minha vida fosse uma película de um filme, em que o realizador decide puxar atrás uns frames e rever de novo a cena, o actor sou eu!... Estávamos então em Agosto, verão de 94, o sol poisava mais um dia entre o mar e o céu de caminha. A praia estava ficando deserta e a cidade preparava-se para mais uma noite de conversa e de copos por vezes em quantidades exageradas, mas, é a nossa adolescência! Quem não teve excessos? Ahhh? … Lá, naquele canto do bar, uma rapariga sorri, naquele momento tudo pára após o ensejo, estas com aquela efervescência miudinha na barriga, aquele olhar em segredo, a timidez como respondes ao seu engate, ficas sem modo. Tudo que te recordas após estes anos todos, é do som de fundo e como se não bastasse o nome da rapariga era Maria. Quem não se lembra de Mr. Jones? Musica catita que conquistou o mundo inteiro. Mas digo-lhe, que neste álbum (que faço o favor de o evocar após estes anos todos) se encontram nele outras faixas deliciosas mas que ninguém as ouviu. Quer ver? Dou-lhe um exemplo. Quem o comprou de certeza que em 11 músicas só rompeu a faixa Jones, porque era a música do momento, e quando a loucura termina por náusea natural ou por um período extenso, não damos ouvidos a mais nenhuma faixa. Eu não fujo a regra, percebe? Isso acontece com centenas de álbuns e só anos mais tarde quando numa noite em que escutamos na rádio o que foi uma recordação nossa, temos a curiosidade de descobrir aquele resto de faixas que nunca ouvimos. Ah? Pois! Porque Maria? É estranha a coincidência, mas, uma das personagens de Mr. Jones chama-se Maria (cut up, Maria! Show me some spanhis dances…) e confesso que ainda hoje aqueles olhos brilham no meu pensamento e que a Maria (esteja ela onde estiver) recordará o mesmo ou não fossemos os dois cúmplices de uma música…