OK Computer
10/10
Ribeira, Porto, 7.13 A.M.
O sol invadia a cidade, enquanto o carro galgava a ponte metálica. Entre olhares fechados e bocejos simultâneos, queimavam-se os últimos cigarros. Na boca havia ainda um paladar qualquer e na mente o desejo do descanso merecido.
- Ok! Disse eu baixinho, como se tivesse a falar para mim mesmo. Na necessidade de acalmar a minha própria maquina pensadora.
“É como um desejo, que vai e vem, que me galga o corpo e me estremece.
Me embala nas melodias e me empurra para o precipício na cólera. Que mexe no meu mais profundo sentimento e me arranca da dor os gritos que estão presos nas cavidades mais inóspitas…”
- Ok Computer! Meus amigos… – Ok Computer!
Ninguém queria acreditar no que estava para ali a falar…
“É tudo isto que Thom Yorke me transmite e me contagia nas melodias transeuntes, sobre um melodrama harmonioso de guitarras computorizadas e samplers escritos como se fossem uma vida!”
- Computer? Ok computer! Radiohead? Disse eu no final, tudo para lembrar que existem músicas geniais em álbuns extraordinários, sem nunca, me esquecer que tinha a necessidade de expressar tudo aquilo a quem viajava comigo…